Chego na praia depois de trabalhar freneticamente durante 30 dias. Sol, água boa, família, amigos, carnaval. Como atesta meu desfile na Marquês do Sapucaí, pela Mocidade Independente, gosto de um carnaval de bateria e marchas boas. Os cariocas tem as melhores baterias do Brasil. Nada se compara. Só na África devem ter melhores. Nos barrigas verdes, o grande carnaval ainda está começando. Faço meu carnaval pessoal, deitada na areia em baixo do toldo, atráves do som que descarrega maravilhas em meus ouvidos, enquanto a praia sonolenta carrega na cerveja. Segundo meu marido, passei um pouco do ponto, as always. Mas estava muito bom. Quando fui ao terapeuta, há alguns atrás, ele perguntou:
– Por que tu pega pesado às vezes?
– Porque gosto de ficar louca.
Me mandou para casa.
Nesta pacata vidinha praiana me encontrava, quando precisei faxinar a casa. Eu gosto de fazer limpeza na praia. Terapia da higiene, estas coisas. Como tem bastante vidro pra lavar, resolvi pedir ajuda. Fui falar com a faxineira que já fez várias limpezas para nós. Perguntei se ela podia vir lavar os vidros. Pagaria uma faxina completa para ela. Custo de 120 reais no veraneio, bem superior aos 85 de Porto Alegre. Ela me disse:
– Não tem como. Teria que ter agendado com antecedência.
– Não tem ninguém lá na vila que possa lavar os vidros?
– Por incrível que pareça não tem. Todas estão ocupadas.
Ela falava comigo e freneticamente limpava uma casa junto com uma ajudante. Elas disseram:
– Hoje temos mais duas casa além desta. E amanhã temos 11 apartamentos (os argentinos saíram) e duas casas. Nós estaremos em 5 faxineiras. Vamos começar às 6 da manhã e acabar às 23 horas.
– Por curiosidade jornalística, quanto vocês estão ganhando por dia?
– Em janeiro e fevereiro, de 200 a 300 reais por dia!
– Vou largar o meu trabalho em Porto Alegre e me mudar para cá. A dona da pousada diz que não encontra mão de obra, o hotel reclamou a mesma coisa e a fruteira também. E isto está se repetindo em várias praias catarinenses.
– A senhora vai ter que trabalhar muito.
– Não tem problema . Estou acostumada. Mas vou trabalhar de luvas pelo menos, pois as mãos de vocês estão gastando.
Fui lavar os vidros. Levei 3 dias lavando. Nos intervalos, me jogava no maravilhoso mar. Compensava. Tenho que aproveitar enquanto a minha praia não está poluída. O governo catarinense ainda dorme com relação à poluição crescente de suas praias, justo sua maior riqueza.
Querem me contratar para lavar os vidros? Estou craque.
A série musical em sete episódios “Um ano em Vortex” estreia no proximo dia 29 de novembro, na Cuboplay. Na noite anterior, um show histórico, com as sete bandas da série, acontece no bar Ocidente (ingressos à venda no Sympla).
Sessão única de A Nuvem Rosa em Londres! 14 de novembro, com debate com a diretora Iuli Gerbase. Tickets à venda no insta do @cine.brazil
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