Filósofos às vezes são os caras bem chatos. Em nome de uma pretensa profundidade intelectual, constroem textos ilegíveis e pedantes. Além disso, alguns deles parecem viver num outro planeta, totalmente alheios a questões concretas. Mas o seu supremo pecado, para o meu gosto, é a falta de humor. Michael Ruse não é desse time. Ele fala de coisas bem concretas (cinema, biologia, evolução), com clareza e bom humor. Li "Levando Darwin a sério" e "Sociobiologia: sendo ou contrasenso", suas duas obras lançadas no Brasil. Aprendi muito e me diverti. Ruse está chegando a Porto Alegre e estou ansioso para conhecê-lo pessoalmente. No Cine Santander, vai comentar o longa "Contato", de Robert Zemeckis, baseado no romance de Carl Sagan. Só para vocês terem uma ideia da estatura de Ruse: ele acaba de voltar de uma viagem à África em que visitou seu amigo Richard Leakey, om paleoantropólogo que descobriu uma das espécies de austrolopithecus. Quem não for não é homo sapiens.