Enquanto eu ouvia os eternos hinos de louvor à Porto Alegre em seu aniversário, o carro da minha filha era guinchado, estacionado em local proibido. Se tem alguma coisa que nunca mudou em 240 anos da cidade é o departamento de trânsito. Como a condutora estava trabalhando, sobrou para a mãe (eternas mães) resolver a parada. Depois de pagar duas multas pela internet , vou para um galpão de tijolos, sem janelas, com um sanitário em que a porta dava para esta única peça, separado por um vidro, dos atendentes. Cabiam 15 pessoas dentro deste galpão e estavam 15 viventes respirando este odor sanitário, na Rua Dona Teodora, no bairro Humaitá. Se você não souber o número na rua, você não vai achar porque é de tijolo apenas rebocado, sem pintura, mínimo. Para um motorista normal, o prédio vai passar despercebido.
Cheguei com a maior boa vontade para resolver logo o problema, às 14h30. Tinha muito trabalho me esperando no escritório e médico às 17h15. Neste momento, fui avisada que o sistema estava fora do ar, sem hora para retornar. Pessoas xingavam, iam embora ou se resignavam esperando, o que foi meu caso. Às 15h30 o sistema voltou, fui atendida, entreguei os documentos solicitados e me informaram que tinha que pagar uma multa de 170 reais pelo guincho antes de retirar o carro. Como os vigilantes estavam em greve, o que fazia com que muitas agências bancárias estivessem fechadas, me sugeriram pagar na “casa amarela da colombo”, um depósito de eletrodomésticos com um caixa nos fundos. Só que eu entendi a atendente dizer: na terceira rua à direita . Era na terceira sinaleira à direita, o que era muito longe.
Quando eu cansei de caminhar para o lugar errado e bati na deserta portaria de uma grande empresa, para saber onde eu estava, um senhor que estava saíndo do prédio disse que eu estava longe e que me daria uma carona. E o mais incrível, em pleno bairro Humaitá, eu pela primeira vez no desespero peguei arona sozinha com um total desconhecido. Algo me disse que ele era bem-intencionado e, graças à Deus, minha intuição estava certa, e ele me largou em frente à casa amarela (eu, meu computador e meu celular intactos) . A moça do caixa teve a gentileza de dizer: tem que ser em dinheiro, e eu não tenho troco. Como eu só tinha 200 reais, disse que ela tinha que achar troco, coisa que fez de cara amarrada.
Aí veio a outra questão: eu tinha que voltar no galpão para entregar o comprovante e pegar o carro. Não tinha táxi, era longe e estava calor. Por sorte, vi um casal pagando no caixa que já tinha visto na pocilga, tentando livrar o carro deles também. Como já estava muito corajosa, pedi carona para estes também, que deram ok meio a contra-gosto. Voltei, entreguei o comprovante e agora, finalmente, era hora de tirar o carro, pois já eram 5 horas da tarde, e eu tinha médico em 15 minutos. Quando eu passei para o pátio do depósito, que dor. Pensei : como o carro foi guinchado pela manhã, ele vai estar no início do depósito. Não, não é assim tão fácil. Além dele estar no muro dos fundos, tinham 5 carros atrás dele, que tinham que ser retirados pelo guincho, pois não tinham chaves. Saí às 18 horas, fazendo muitas manobras de ré, por todo este labirinto. No meio do desespero, fui comer o lanche que deveria ter sido comido no escritório. Só que o caqui, que estava num saco plástico, se despedaçou e eu acabei derramando a fruta no guidon, fazendo a maior meleca. Em suma: cheguei no médico totalmente atrasada, suada e suja de caqui, mas com o carro de volta. Não precisava ser tão difícil.
A série musical em sete episódios “Um ano em Vortex” estreia no proximo dia 29 de novembro, na Cuboplay. Na noite anterior, um show histórico, com as sete bandas da série, acontece no bar Ocidente (ingressos à venda no Sympla).
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