Capítulo 10: A última ceia. Resolvemos, eu e o Guto, convidar o Fredy e a Carol para jantar conosco, porque os dois tinham se encontrado duas vezes apenas, rapidamente, e sempre falávamos muito de um para o outro. O Guto acusava a Carol de sempre me convidar pra sair quando ele também queria ficar comigo. Era puro ciúme, porque ele só se lembrava que queria ficar comigo quando ela ligava. Marido sempre tem um certo ciúme da melhor amiga da mulher. Confesso que eu também me irritava com as constantes saídas dele com o Fredy, mesmo quando era só pra ir no estádio. O problema é que, quando os dois conversam, sempre tem mulher no meio, mesmo que seja uma referência como: lembra daquela secretária que tinha um Bob Esponja na mesinha, ou aquela atendente que tinha o piercing no nariz? Homem nunca presta atenção nos detalhes de nada, a não ser pra guardar alguma característica específica de alguma perua interessante. Podem não saber se a menina usa aparelho nos dentes, ou mesmo se tem dentes,  mas sabem como é o desenho da retaguarda do jeans de cada uma. O Fredy ainda é galinha a ponto de chamar putas chiques. Essas que se dizem universitárias. É muita baixaria. Ainda se fosse velho… Pra mim esse detalhe é suficiente pra achá-lo um escroto. O Guto fica negando. Diz que foi só uma vez, quando ele levou um fora e tomou um porre de whisky. Duvido que tenha sido só uma vez. Como o Guto é amigo do cara desde a época do jardim da infância, fica defendendo. Antes do jantar, telefonei pra Carol e dei toda a ficha dele, apesar dela já saber muitos detalhes de tanta conversa jogada fora. Já avisei que não dá pra namorar o Fredy,  porque o cara é mulherengo, cervejeiro e ainda por cima gosta de jogar no turfe. Só que a Carol, nessa carência que se encontra, não sei não. ***** Resolvemos, eu e a Marta, fazer uma social com nossos dois melhores amigos ao mesmo tempo, já que fomos convidados por um casal de primos mais velhos a ir pra Angra velejar num barco  para  6 pessoas. Pensamos em levar a Carol e o Fredy. Esse jantar vai ser pra ver o que eles acham realmente do convite, pois, apesar de ser um percurso maravilhoso, em praias paradisíacas, não é fácil um grupo de  pessoas pouco conhecidas se tolerar dentro de um barco. Vamos ver o que cada um gostaria de comer e também falar sobre a necessidade de levar pouca bagagem  pra não atrolhar o barco. A Marta tem que explicar pra Carol que ela vai ter que ser rápida para lavar aquela cabeleira, pra não gastar todo o suprimento de água num só banho. O Fredy também gosta de ficar meia hora fechado quando vai no banheiro, não sei fazendo exatamente o quê. Vou ter que explicar que às vezes não vai ser possível. Também tem que ver qual o jogo de mesa  que gostam de jogar. Eu sei que a Carol adora canastra, mas eu detesto. Eu só jogo Rummikub ou King. O Fredy só gosta mesmo é de apostar nos cavalinhos. Com o celular dele, vai conseguir ver o resultado do turfe mesmo dentro do barco. Já a Marta vai ficar lendo seus livros o tempo todo. Ela não gosta de jogar nada. O casal dono do barco vai ficar arrumando todas as amarras das velas várias vezes e ficar aprontando a próxima refeição. Em suma, não vai dar pra jogar porque só vão ter três participantes. Isso vai ser um problema. //–>