Júlio e Márcia decidiram que a fidelidade não seria a base de seu casamento. Nada da crimes passionais, brigas irracionais, nem divórcios. O casal queria apenas conviver, se amar, criar a filha Guida e permanecer livre.
Ele jornalista, ela advogada. A princípio idealistas, acabam por se submeterem a uma vida “normal”, mas isso não incluiu a derrubada do acordo quanto a possíveis atividades extraconjugais. Márcia conta a Júlio que transou com um cliente. Mesmo contrariado, ele aceita, exercendo a sua tolerância. Pouco depois, Júlio conhece uma amiga da filha, que parece ser a encarnação de seus desejos mais secretos.
“A façanha principal de Gerbase é a de ter entrelaçado de modo competente e original suas várias linhas de força: o sexo, a política e o crime. (…) Esse mecanismo de contínua destruição e reconstrução do ‘real’ faz de Tolerância um estimulante exercício de narração cinematográfica, que vivifica e problematiza todas as suas dimensões: a de aventura policial, a de estudo de costumes e, principalmente, a de enviesado balanço de gerações.”
(José Geraldo Couto, FOLHA DE SÃO PAULO, 23/10/2000)
“Do drama matrimonial do princípio, Tolerância torna-se um suspense eficiente, em que Gerbase usa o recurso da não-linearidade. Vale o ingresso.”
(Stefan Ligocki, ZERO HORA, 31/10/2000)
“São quase três filmes em um. Começa como uma moderna comédia de costumes, vira um drama conjugal barra-pesada e termina como um suspense bem arquitetado. (…) O resultado é uma hábil mistura de ingredientes. Tolerância consegue ser despretensioso sem cair na banalidade.”
(ÉPOCA, 06/11/2000)
“Logo o espectador percebe que o filme não vai permanecer apenas no plano das ideias e das reflexões. Pelo contrário, ele vai além, muito além, sempre brindando o público com dúvidas e armadilhas perspicazes, como deve acontecer num bom drama policial. (…) Competente e eficiente, o filme envolve e prende a atenção do espectador. É mais um belo trabalho brasileiro que merece ser conferido na tela grande.”
(Celso Sabadin, CINECLICK, 06/11/2000)
“A fita, dirigida por Carlos Gerbase (que, como bom gaúcho, também é escritor e acaba de lançar um novo livro), é modernérrima. Tem troca de casais, banda de rock pauleira formada por mulheres. Poderia ser filmada em qualquer metrópole brasileira, exceto por alguns detalhes. Todos os personagens se tratam por tu. Até Maitê Proença, que é paulista, aprendeu a chamar policial de brigadiano. E o personagem de Roberto Bomtempo trabalha com computação gráfica e, a certa altura, aparece encarando um chimarrão.”
(João Gabriel de Lima, VEJA, 08/11/2000)
“Tudo se encaixa, tudo se justifica, qualidade que todo roteiro quebra-cabeças persegue, mas quase nenhum alcança. Tolerância é um filme afilado na teoria, exemplar na execução e, o mais importante, capaz de somar apelo comercial e inteligência.”
(Jaime Biaggio, O GLOBO, 10/11/2000)
“Tolerância é um filme muito bem feito. Implode o conceito de gênero, porque trafega por vários deles, o que não deixa de revelar que outra das preocupações de Gerbase, além de (re)ver criticamente os ideais da geração de 1968, é discutir a própria linguagem.”
(Luiz Carlos Merten, AGÊNCIA ESTADO, 10/11/2000)
“Há tempos o cinema nacional não produzia um thriller erótico. Muito menos um envolvente. Tolerância, de Carlos Gerbase, dá a largada como um drama conjugal, mas pouco a pouco prende a atenção do espectador enveredando pelo suspense.”
(Elaine Guerrini, AGÊNCIA ESTADO, 10/11/2000)
“Tolerância é um filme atual, globalizante, que aborda questões diretamente ligadas ao país, como a incompatibilidade entre o discurso da justiça e a realidade social, assim como temas universais, como a nova ordem imposta pelo fenômeno da virtualidade. Num mundo em que o real é cada vez mais manipulável, a tolerância corre o risco de tornar uma utopia. Azar da civilização.”
(Ricardo Cota, JORNAL DO BRASIL, 10/11/2000)
“Carlos Gerbase e a equipe da Casa de Cinema fizeram um filme instigante e moderno, que não se esgota a uma primeira visão. Tolerância consegue, ao mesmo tempo, ser irônico e assustador, mostrando muito de nossa realidade atual em termos comportamentais e políticos.”
(Goida, ABC DOMINGO, 12/11/2000)
“A todo momento o filme coloca em cheque a Justiça, a ética profissional, a fidelidade no casamento e assim por diante. A tolerância, no caso dos personagens, muito bem interpretados, atinge graus de elasticidade impressionantes. O diretor, que também assina o roteiro com Jorge Furtado, Giba Assis Brasil e Álvaro Teixeira, faz um paralelo com o País e a população hoje. E acerta em cheio.”
(Alessandro Gianinni, ISTOÉ GENTE, 13/11/2000)
“São vários os motivos para que Tolerância seja um filme prestigiado. Gerbase se aproxima das formas clássicas da narrativa, mas não se recusa a ser moderno. E seu filme possui a primeira e essencial virtude: procura expressar-se através da observação de personagens autênticos. Eis um relato que procura falar do mundo olhando para as criaturas que o habitam.”
(Hélio Nascimento, JORNAL DO COMÉRCIO, 17/11/2000)
“Quem esperava de Carlos Gerbase um primeiro longa-metragem cinematograficamente perfeito não terá surpresa alguma com Tolerância. Dizer que é o melhor filme realizado no Rio Grande do Sul seria pouco – afinal, não temos tantos filmes assim – mas chego a ponto de não temer afirmar que, mais do que isto, Tolerância me parece o melhor filme (enquanto produto cinematográfico) realizado no Brasil dos últimos anos.”
(Nei Gastal, BAGUETE DIÁRIO, 17/11/2000)
“Tolerância está repleto de criativas referências a clássicos. A história do assassinato, cometido pelo cliente de Maitê, muda a cada versão, a exemplo do belíssimo ‘Rashomon’, de Kurosawa. Bomtempo é flagrado com a arma do crime, como Cary Grant em ‘Intriga Internacional’; e o sangue escorrendo pela pia é uma referência clara à parte final da cena do chuveiro de ‘Psicose’. (…) No todo, uma diversão inteligente, que agrada e faz pensar.”
(Marcelo Lyra, JORNAL DA TARDE, 18/03/2002)
Sissi, uma jovem com o pai viúvo e desempregado, luta para sustentar a família e sonha em dividir um apartamento com o namorado jogador de futebol. Martina, de situação financeira mais estável, luta para voltar a ser desejada pelo marido publicitário, ou pelo primeiro que aparecer. Giane já mudou de vida e pode influenciar o […]
Cátia, uma bem-sucedida economista, precisa repensar sua vida quando seu namorado Veronese, um cineasta polêmico, sofre um ataque cardíaco, deixando um passado obscuro, uma loja de artigos fotográficos, alguns curtas-metragens realizados e muitos roteiros no computador.
Episódio da série “Contos de Inverno″, da RBS TV. Conta a história de uma mulher desempregada que faz um estranho pacto com seu tio para ter sucesso na vida profissional.
Episódio da série “Brava Gente”, da TV Globo. Uma família endividada tenta vender sua fazenda decadente para um produtor de cinema, que planeja filmar uma adaptação do conto “O Comprador de Fazendas”, de Monteiro Lobato, e precisa de uma locação adequada. Tentando enganar o produtor, a família disfarça as más condições da propriedade. Uma produção […]