Nossa quinta diária começou com a participação de Girley Paes, que interpretou um professor da faculdade de Direito por volta de 1980. Na vida real, Girlei foi por muitos anos professor de matemática no ensino médio, o que talvez explique sua desenvoltura na hora de improvisar sobre a vida de um estudante que troca de curso ao descobrir sua verdadeira vocação. Tenho utilizado bastante em BIO a estratégia de, após o registro das falas que estão no roteiro, permitir aos atores e atrizes que improvisem livremente sobre a história. Na montagem, vamos ver o que encaixa melhor no fluxo da narrativa.
Depois do almoço, foi a vez do Bruno Torres, com quem trabalhei em “Sal de Prata”, há mais de 10 anos. Bruno está mais maduro. Hoje, além de ator, é produtor e diretor, tendo rodado recentemente seu primeiro longa. Coincidentemente, Rosanne Mulholland, que chegou hoje a Porto Alegre e participa de BIO amanhã, é a protagonista do filme dirigido por Bruno. Almoçamos todos juntos e colocamos os assuntos em dia. A filmagem de Bruno foi bem interessante. Ele tinha todas as falas decoradas e transformou-as num monólogo quase sem pausas, o que é ótimo para dar ritmo e permitir a exploração dos nexos dos diálogos. Bruno, como filho do personagem principal de BIO, tem a responsabilidade de nos revelar indiretamente um pouco da face desse sujeito eternamente oculto.
Por mais que se escrevam livros sobre direção de atores, fica sempre um mistério sobre o que funciona mais no set para cada profissional. Não há uma “maneira certa” de conduzir esse trabalho. Existem atores intuitivos, que deixam as emoções aflorarem apenas quando a câmera está ligada, e existem os que estudam por muitas horas o que vão fazer, determinando uma série de detalhes do personagem, além de ensaiar sozinhos. Eu discuti a interpretação com todos antes de começarmos a rodar, mas cada um traz sua marca pessoal para o estúdio. BIO favorece essa dinâmica, pois o ator ou a atriz tem apenas a câmera e o entrevistador (eu) na sua frente. Girley e Bruno, cada um ao seu modo, chegaram à “verdade” do seu personagem, ou seja, mentiram bastante. BIO é um filme sobre um homem que fala a verdade, contado por uma grande galeria de fingidores.
A série musical em sete episódios “Um ano em Vortex” estreia no proximo dia 29 de novembro, na Cuboplay. Na noite anterior, um show histórico, com as sete bandas da série, acontece no bar Ocidente (ingressos à venda no Sympla).
Sessão única de A Nuvem Rosa em Londres! 14 de novembro, com debate com a diretora Iuli Gerbase. Tickets à venda no insta do @cine.brazil
Filmada em 2021, ainda sob os efeitos da pandemia e cumprindo rigorosos protocolos de saúde, a série em 10 episódios “Centro Liberdade” começa a ser exibida pela TV Brasil no próximo dia 19 de julho. Resultado do edital “TVs Públicas”, a série foi escrita e dirigida por Bruno Carvalho, Cleverton Borges e Livia Ruas, com […]
Acesse a entrevista aqui.