Diária final da terceira semana. Domingo de muito calor, equipe já um pouco cansada, esperando ansiosa a folga de amanhã. Talvez por isso, mais alguns problemas técnicos, a filmagem atrasou quase duas horas. Queríamos colocar um filme passando numa TV dos anos 80 para compor o cenário. Problema: TVs antigas não têm entrada de vídeo RCA (muito menos HMI). Elas funcionam apenas com entrada RF (ou “de antena”). E DVD-players não têm saída de RF, só de vídeo RCA. Parece uma bobagem, mas não é de solução assim tão fácil. Quando já estávamos desistindo, ou seja, usando uma TV contemporânea que seria devidamente “maquiada” para parecer antiga, eis que surge um equipamento que estava aposentado na produtora há uns bons 10 anos: o transcoder. Seu uso tradicional é converter um sinal analógico NTSC em PAL-M (ou o contrário), o que era muito útil no tempo do VHS, mas que não tem mais sentido no mundo do video digital. Contudo, ele tem uma saída RF, que salvou a pátria e manteve o cenário autenticamente “vintage”. Como disse nossa produtora executiva Luciana Tomasi: “Quem guarda tem”.
A atriz de hoje, Gabriela Poester, com certeza é uma jovem da era digital, mas foi devidamente preparada para voltar a 1980 e viver uma estudante de biologia ainda analógica, namorada de nosso heroi. Ela está lendo uma importante (e polêmica) obra de Edward O. Wilson chamada “Sociobiologia”, que vai provocar uma reviravolta na vida acadêmica do nosso protagonista. Wilson dedicou boa parte de sua vida ao estudo de animais sociais, como formigas, abelhas e seres humanos, e suas conclusões levaram as ciências biológicas a um confronto – ainda não plenamente resolvido – com as ciências sociais. De qualquer maneira, é um livro fascinante e com belas ilustrações. O problema do nosso heroi era decidir a quem dar mais atenção: à namorada, ou ao livro.
Pra nos ajudar nessa cena do filme, hoje chamamos para o set o ator Mateus Almada, que recentemente estrelou o premiado longa “Beira-mar”, de Filipe Matzenbacher e Marcio Reolon (que, escrevo com muito orgulho, foram alunos do curso de cinema da PUC, o TECCINE). Pois o Mateus ficou algumas horas no estúdio para fazer apenas uma coisa: colocar seu braço em quadro, simulando ser o braço do nosso heroi, já que este continua desaparecido. O braço de Mateus foi muito elogiado por sua atuação. Mas, calma, o Mateus volta, de corpo inteiro, na semana que vem, para viver um personagem do começo da história. Pra terminar, estou publicando uma foto do Jamerson Porto, nosso assistente de set, que ficou de fora da foto da “pesada” publicada ante-ontem. Como podem ver, o rapaz é bem grande e bem forte. Enfim, é mesmo da “pesada”. Como amanhã é folga, esse diário também terá seu descanso. Estaremos recarregando as baterias pra enfrentar nossas últimas cinco diárias. E que os deuses do cinema nos ajudem nessa finaleira.
A série musical em sete episódios “Um ano em Vortex” estreia no proximo dia 29 de novembro, na Cuboplay. Na noite anterior, um show histórico, com as sete bandas da série, acontece no bar Ocidente (ingressos à venda no Sympla).
Sessão única de A Nuvem Rosa em Londres! 14 de novembro, com debate com a diretora Iuli Gerbase. Tickets à venda no insta do @cine.brazil
Filmada em 2021, ainda sob os efeitos da pandemia e cumprindo rigorosos protocolos de saúde, a série em 10 episódios “Centro Liberdade” começa a ser exibida pela TV Brasil no próximo dia 19 de julho. Resultado do edital “TVs Públicas”, a série foi escrita e dirigida por Bruno Carvalho, Cleverton Borges e Livia Ruas, com […]
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