BIO é um filme sobre animais Além disso, ele foi escrito e dirigido por um animal, produzido por animais e estrelado por animais. Tá achando estranho? Mas é isso mesmo. BIO não foi feito por minerais, nem por vegetais, embora estes últimos façam parte de alguns cenários e das refeições dos animais realizadores, que incluem carnívoros e herbívoros. A diária de hoje, pelo menos em sua primeira parte, nos lembrou – nós, animais da espécie homo-sapiens – de que fazemos parte deste grande reino do planeta Terra. Vocês, caras leitoras e caros leitores, podem achar que são animais muito diferentes, que têm algo especial, que são de alguma maneira “superiores” aos nossos primos primatas, mas essa é uma questão a discutir. O indiscutível é que somos animais e que, em menor ou maior grau, compartilhamos com eles algumas características físicas e comportamentais. BIO é sobre isso. BIO é um lembrete para os animais humanos sobre suas origens evolucionárias.
Passamos o começo da tarde num cenário cheio de animais empalhados, generosamente emprestados pelo Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS (obrigado, colegas!). A atriz Giulia Goes, que faz a primeira filha de nosso protagonista, vai à sua procura no exterior e acaba descobrindo a paixão do pai pela vida, por todas as formas de vida, mas em especial pela vida dos bugios. Graças à concepção da arte de Bernardo Zortea, a luz de Bruno Polidoro (sempre assistido pelo Felipe Rosa e pela Ligia Sumi) e o trabalho incansável da Claudia Pires (produtora de objetos), nosso “museu” ganhou um visual que está no limite do real e do sonho. O importante era criar um clima especial para o encontro de dois animais – pai e filha – que não se viam há tempo. A Giulia, muito elegante num figurino retrô-futurista-contemporâneo (a classificação é minha…) arrasou no meio dos bichos.
Depois do museu, entrou em cena outro animal, no caso, o ator Charlie Severo, que vive o diretor de uma faculdade de Biologia onde o nosso protagonista trabalha durante algum tempo. O diretor narra um conflito universitário que nasce de uma simples explicação sobre mecanismos de seleção sexual, ou seja, as estratégias de uma fêmea para achar o melhor macho (o contrário também ocorre, é claro). Mais detalhes quando o filme ficar pronto. O Charlie é um ator experiente, que veio com o texto decorado e estudado, o que sempre torna a filmagem mais rápida e descontraída.
Na saída, a equipe devorou uma montanha de bolinhos de queijo, resultado do processamento de leite, produto de um animal chamado vaca. Por que nós, os mamíferos humanos, continuamos consumindo leite, um alimento que naturalmente deveria ser abandonado depois da primeira infância? Porque também vivemos num ambiente poderosíssimo chamado cultura. A cultura, entre outras coisas, permite que eu escreva esse texto, que a internet o distribua e que vocês o leiam. E também permite que existam coisas chamadas bolinho de queijo e cinema, essa poderosa ferramenta para que os animais humanos divirtam-se e descansem quando seus instintos básicos já estão devidamente saciados.
A série musical em sete episódios “Um ano em Vortex” estreia no proximo dia 29 de novembro, na Cuboplay. Na noite anterior, um show histórico, com as sete bandas da série, acontece no bar Ocidente (ingressos à venda no Sympla).
Sessão única de A Nuvem Rosa em Londres! 14 de novembro, com debate com a diretora Iuli Gerbase. Tickets à venda no insta do @cine.brazil
Filmada em 2021, ainda sob os efeitos da pandemia e cumprindo rigorosos protocolos de saúde, a série em 10 episódios “Centro Liberdade” começa a ser exibida pela TV Brasil no próximo dia 19 de julho. Resultado do edital “TVs Públicas”, a série foi escrita e dirigida por Bruno Carvalho, Cleverton Borges e Livia Ruas, com […]
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